OPERAÇÕES MEDIÚNICAS : A CURA PELA VIA ESPIRITUAL

Operações mediúnicas


Qual é procedimento-padrão das cirurgias mediúnicas








Você já pensou em se submeter a uma cirurgia em que o médico não é médico e o bisturi pode ser a própria unha? Prenda o fôlego e saiba como são feitas as operações mediúnicas



por Fabiana Parajara


Céu azul, dia quente, pessoas de branco por todos os lados. O galpão enfeitado com bandeirolas azuis abriga umas 200 pessoas. Todas parecem rezar. Em cima de um palco um sujeito entoa mensagens de esperança. De repente, uma porta se abre e um homem aparece puxando uma senhora pela mão. É o médium João Teixeira, famoso por curas espirituais que operaria. Depois de um breve discurso e de uma prece, ele pega uma tesoura longa em uma bandeja que está nas mãos do assistente. Sem nenhum tipo de anestesia e muito pouco delicadamente, empurra o instrumento para dentro do nariz da mulher. Ela levanta o braço com medo. Ele a tranqüiliza. Ouvem-se estalos. A mulher murmura, mas parece não sentir dor. O sangue começa a escorrer do seu nariz. Em segundos, o médium balança a tesoura no ar. Na ponta, um pedaço de carne esponjosa. “Carrega!”, grita, e dois homens retiram a mulher do recinto.
A platéia assiste extasiada ao espetáculo que acontece toda semana no galpão da Casa de Dom Inácio, em Abadiânia, interior de Goiás. O médium João Teixeira atrai gente de muitos lugares. “Eu tinha um problema no nervo ciático. A dor era insuportável na parte baixa das costas. O tratamento médico tradicional não resolvia”, conta Luiz Alberto Gomes Silva, que veio de Brasília. “Achei estranho ser operado pelo nariz. Perguntei para a entidade, o espírito incorporado pelo médium, se o corte não devia ser no local que doía, mas ela disse que não.” Depois disso, Silva garante que a dor praticamente acabou. “Ficou apenas uma sensação estranha, como se tivesse tomado uma leve pancada”, afirma.
O metalúrgico José Walter de Matos veio de Sabará, Minas Gerais. Ele sofreu vários pequenos cortes atrás da orelha antes de o médium enfiar uma tesoura com gaze em seu ouvido. Matos conta que vinha perdendo a audição do lado direito. Até o final da tarde em que foi operado, ainda não escutava bem, mas já havia comprado três garrafas do chá artesanal vendido pela Casa.
O centro Dom Inácio é visitado por centenas de estrangeiros todos os anos. “Eu estava na sala de cirurgia, orando. O João se aproximou de mim e enfiou o bisturi no meu olho”, conta o americano Bob Dinga, 42 anos, professor em Aptos, na California, em Abadiânia pela quinta vez. “Antes, eu não enxergava quase nada, só vultos. Hoje, um dia após a operação, vejo que a sua blusa é azul e o seu cabelo é marrom.” Dinga soletra palavras que lê nos cartazes, rindo como criança. Usar o bisturi não é, no entanto, o procedimento-padrão das cirurgias mediúnicas. Normalmente o médium pergunta ao paciente: “Com ou sem corte?” Cada um decide o que vai ser.
Não pense que essa escolha envolve uma minuciosa avaliação sobre a possibilidade de a cirurgia trazer complicações. Em lugares assim, a limpeza é inadequada e o risco de infecção é muito grande. No entanto, o desleixo com as bactérias aparentemente não traz tantos malefícios quanto poderia. “Há pouquíssimos casos registrados de infecção”, diz o pesquisador Stanley Krippner, especialista em fenômenos paranormais da Saybrook Graduate School, da Califórnia. Ele é co-autor do livro Varieties of Anomalous Experiences, sobre curas paranormais em todo o mundo.
Krippner viu uma cirurgia espiritual pela primeira vez na década de 80, no Brasil. O médium era Edson Queiroz, que depois da morte de José Arigó manteve a fama da entidade Doutor Fritz em evidência Em suas operações, Queiroz e Arigó usavam facas e canivetes muitas vezes enferrujados. Em Abadiânia, pelo menos, os bisturis são descartáveis e as tesouras e as pinças são cirúrgicas. Contudo, depois que o corte é feito, os dedos do médium entram em ação. E ele não costuma lavar as mãos antes de operar.
A ausência de dor também intriga a ciência. “As cirurgias são superficiais”, afirma o cirurgião Hércules Bueno, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, depois de assistir, a convite da SUPER, a algumas operações feitas no centro. Além disso, ao que parece, a analgesia (nome que os médicos dão para a falta de dor) ocorre por sugestão. “Quando o médium manda o paciente concentrar seu pensamento em Deus, ele acaba desviando a atenção dos estímulos dolorosos”, diz Bueno. Haja concentração para suportar cortes e perfurações sem anestesia.
O interior de Goiás é apenas um dos muitos lugares em que essas práticas acontecem. Onde quer que haja notícia de curas milagrosas, forma-se uma enorme fila. E em cada um desses lugares há uma maneira diferente de praticar esse estranho casamento entre a medicina e a fé. A Fundação Espírita Caminho de Luz, em Campos Gerais, no sul de Minas, é uma entidade espiritualista. Eles acreditam em espíritos, mas não seguem dogmas de religiões como o kardecismo ou a umbanda. Na sede da fundação, o médium Gaudêncio Nunes afirma ser incorporado pelo espírito do doutor Schandhermen Ludwig, um médico alemão que teria morrido na Primeira Guerra Mundial. Ele diz curar catarata raspando com a própria unha o olho do paciente. “Na verdade isso não é catarata. É pterígeo, uma pele que se desenvolve sobre o olho”, diz o oftamologista da Universidade Federal de São Paulo Paulo Augusto de Arruda Mello. “Ele retirou o tecido que estava sobrando. A pessoa passa a enxergar melhor e pensa que se curou de catarata, que se manifesta dentro do globo ocular”, diz. A córnea, mesmo traumatizada, recupera-se logo.
O médium Nunes também utiliza agulhas de injeção, de 2 centímetros de comprimento. Os pacientes levantam a roupa e as agulhas são enfiadas na pele, em cima dos órgãos doentes. Encerrada a sessão, todos os instrumentos usados são incinerados. O que é um consolo.
Muitos centros se valem de métodos mais suaves, como os passes – a “transmissão de energia” pelas mãos, sem tocar o paciente. Na Legião Branca Mestre Jesus, em Santa Rita do Passa Quatro, em São Paulo, práticas da umbanda se misturam com a doutrina cristã. No terreiro, sob a imagem de Jesus, queimam-se ervas para atrair boa sorte e isolar energias negativas. Em seguida vêm as preces, em meio à fumaça doce que impregna o ar. Os médiuns “incorporam” as entidades tremendo e mexendo muito o corpo. Nas salas de cirurgia, o paciente é tocado por um crucifixo, enquanto todos oram o pai-nosso.
O Instituto Espírita Cidadão do Mundo, na capital paulista, só faz passes. O espírito que segundo o Instituto cura as pessoas é o do alemão Hoffman Belgrand. (É curioso que os espíritos sejam na maioria de médicos alemães. Não há um simples polonês, um único australiano, um mísero boliviano.)
É claro que a eficiência dessas práticas é controversa. Além da auto-sugestão, muitos acreditam em hipnose. “Pessoalmente, acho que essa seja a hipótese mais provável. A religião e as preces induzem ao transe hipnótico”, diz Sérgio Henriques, psiquiatra do Centro de Estudos da Dor, do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Sob o comando do médium, o doente se sente melhor porque a mente dele aceita a idéia de que a dor passou.”
Uma das pacientes do Instituto Cidadão do Mundo é vítima de poliomielite – a paralisia infantil. No seu tratamento, o médico apenas colocou as mãos sob suas pernas. O cirurgião Jorge Kalil, do Hospital São Luiz, de São Paulo, que acompanhava a reportagem a convite da SUPER, perguntou o que o espírito estava fazendo. “Reforçando a musculatura”, respondeu o que seria a entidade. “Poliomielite atinge o sistema nervoso, não o muscular” – retrucou o médico. Era o princípio de uma discussão. O médico questionava os conhecimentos de medicina da “entidade”. O médium respondia aos questionamentos com afirmações de fé. Nada de fisiologia. A paciente, então, entrou no debate declarando-se convencida de que seus problemas eram musculares. E mais: creditou ao tratamento espiritual o fim das dores que sentia nos braços. “As pessoas estão aqui atrás de atenção e carinho. Coisas que nem sempre encontram no sistema público de saúde”, diz o cirugião. “Se houver melhora, é psicológica.”
Os próprios médiuns admitem parcialmente essa tese. “Os cortes ajudam a reforçar a fé das pessoas para que elas realmente acreditem que estão sendo curadas”, explica João Teixeira, de Abadiânia. “Por isso, as entidades perguntam se a pessoa quer corte ou não. Quando ela tem fé, a operação é invisível. Mas também há gente que precisa ver a doença saindo do corpo para ter certeza de que está sendo curada.”
Apesar de haver histórias mal contadas, há evidências que, apesar de concretas, refutam qualquer explicação lógica. No Instituto Espírita Cidadão do Mundo, uma menina de apenas 4 anos, vítima de leucemia, teve uma melhora repentina logo depois do primeiro passe. “A médica ficou impressionada. Minha filha vivia doente, com febre contínua e, muitas vezes, estava tão debilitada que nem podia receber a quimioterapia”, conta a mãe, Rosa Pereira dos Santos. “A febre cedeu depois do primeiro passe e há um ano ela não deixa de fazer a quimioterapia na data marcada.” Uma criança dessa idade dificilmente ficaria auto-sugestionada por um passe.
Além disso, há relatos de alguns médiuns que adivinham com precisão o problema das pessoas sem que elas dêem nenhuma pista. Em Abadiânia, o casal Fátima Trindade e Andrew Seidenfeld, recém-chegado dos Estados Unidos, entrou na fila do atendimento sem contar para ninguém por quê. O médium imediatamente levou a mão à barriga de Fátima e pediu que ela não falasse nada. “Vou cuidar de você. Você pode ficar por aqui uma semana? Opero você na próxima quarta-feira”, disse João Teixeira. Ela respondeu que ficaria. Antes de saírem, mais uma surpresa. O “espírito”, que se identificou como José, completou: “Vou curar também o vício dele. Sei que isso a incomoda”. Passado o episódio, Fátima revelou que tinha um cisto no ovário, diagnosticado nos Estados Unidos. Andrew era viciado em maconha e tinha compulsão por sexo. “Sou hiperativo. Às vezes preciso fumar alguma coisa para conseguir me controlar”, diz Andrew. “Naquela hora, o médium parecia ler meu pensamento”, afirma Fátima.
Os relatos mostram duas coisas. Primeiro, que mesmo quem tem os melhores recursos da Medicina à disposição não hesita em procurar soluções mágicas para seus problemas. Segundo, que nem sempre os que procuram ajuda do além esgotaram todas as tentativas de se curar pela medicina tradicional. A catarata, por exemplo, é uma das queixas mais comuns nas filas dos centros e têm uma solução rápida e segura em qualquer consultório oftamológico.
O Conselho Federal de Medicina tem uma posição clara quanto a esse tipo de prática. “Todos os casos que o órgão acompanhou eram fraudes e estelionato”, afirma Edson de Oliveira Andrade, presidente do conselho. “Nossa função é informar as autoridades sanitárias sobre os abusos, como cortes, administração de remédios ou abandono de tratamento”, completa.
“Um sinal da seriedade de um centro espírita é não cobrar pelo tratamento”, afirma Gerson Monteiro, presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro. Em Campos Gerais, de acordo com vários pacientes, a Fundação Grupo Espírita Caminho de Luz cobra 10 reais por consulta. A instituição nega que receba dinheiro pelos serviços que presta. De qualquer forma, a sala de espera lota todas as quartas-feiras. Primeiro, as pessoas passam por uma consulta, nas quais os “espíritos” diagnosticam, receitam remédios – alopatia comum –, suspendem tratamentos médicos e marcam cirurgias espirituais.
“De diagnósticos a tratamentos, tudo foge aos padrões da Medicina”, afirma o cirurgião Zacarias de Almeida Neto, de Alfenas, Minas Gerais, que foi com a SUPER a Campos Gerais. “O médium não demonstrou conhecimentos médicos profundos. Eles receitam antiinflamatórios e antibióticos sem perguntar se a pessoa tem, por exemplo, problemas alérgicos ou gástricos”, diz. Na sua opinião, “só um acompanhamento dos casos mostraria se as curas ocorrem de fato”. Enquanto essas pesquisas não aparecem, as explicações continuam sendo uma questão de fé.

Para saber mais
In Search of Brazil’s Quantum Surgeon Masao Maki, Cadence Books, San Francisco, 1997.
Varieties of Anomalous Experience Etzel Cardeña e Stanley Krippner, APA Books, Washington, 2000.

superleitor@atleitor.com.br

Fonte:http://super.abril.com.br/


Operação Visível Efetuada pelo Médium João de Deus



OUTROS VÍDEOS





Os ateus e céticos temem que o aumento da credibilidade da cosmovisão religiosa segundo a qual a alma é imortal e sobrevive após a morte implique num outro tanto de aumento da influência da religião na esfera política e na formulção das leis. Há interesse, portanto, em se manter a sociedade baixo um consenso ateísta, materialista, cientificista e consumista.
O grande cientista e pesquisador J. B. Rhine resume em poucas palavras as implicações de fatos mediúnicos desta magnitude: "Há outra maneira de atacar o problema da sobrevivência [da alma após a morte]. Tem de ver com a análise dos relatórios de todos os tipos de experiências parapsíquicas espontâneas que tragam consigo qualquer sugestão de agente incorpóreo ou espírito" (J. B. Rhine. O Alcance do Espírito. São Paulo, Ed. Beste Seller, p. 211).
Esta pesquisa poderia se tornar, ainda segundo este renomado cientista, uma prova da existência de uma Entidade Divina: "Mesmo agora, a pesquisa de parapsicologia entra em contato com outras grandes questões da religião. Se o espírito do homem é não físico, será possível formular um quadro hipotético de sistema ou de mundo não físico composto de todos estes espíritos existindo em certa espécie de relação. Esta idéia conduz a indagações de uma espécie de alma superior psíquica ou reservatório, ou contínuo, ou universo, possuindo sistema próprio de leis e propriedades potencias" (J. B. Rhine. O Alcance do Espírito. São Paulo, Ed. Beste Seller, p. 206).
Note que, em função disto, a comunidade ateísta e os conselhos regionais de medicina declararam uma guerra ideológica contra a religião, as curas espirituais, os fenômenos paranormais. Esta guerra é uma guerra sem lei, bárbara, plena de intolerância, ódio, calúnias, cinismo e desonestidade intelectual. O espiritualista deve estar de posse deste entendimento, pois não demora muito para este ódio se transformar em perseguição generalizada. Considerando-se que a maioria das pessoas que procuram o tratamento espiritual foi desenganada pela medicina convencional, o ateu provavelmente deseja que estas pessoas morram sem tratamento, ou sucumbam nos corredores dos hospitais públicos, verdadeiros cenários de guerra do Vietnan, ou desfaleçam de desespero e infecção hospitalar. Por aí o ateísmo mostra sua face mais desumana. A religião sectária também se opõe porque toda cura que não acontece no seu âmbito, e segundo a sua doutrina, é considerado algo diabólico. Neste particular, o ateu e o fanático dão-se as mãos. É sabido que a igreja católica romana tem investido pesado em estudos de parapsicologia para "desmistificar" todos os fenômenos paranormais que não acontecem em seu âmbito. O padre Quevedo, por exemplo, é um agente do Vaticano encarregado de desqualificar sofisticamente e engenhosamente tudo o que não interessa ao clero romano.
Fala-se, entre eles, da importância de o sacerdote católico estudar parapsicologia. Sabe-se que a estratégia desta igreja é a de manter o povo na obediência cega, o que os leva ao ciúme, pois milhões de pessoas têm deixado o catolicismo para abraçar o espiritismo, e as curas espirituais estão em pauta como tendo uma grande influência neste evento. A hostilidade dos evangélicos contra os fenômenos espíritas é pública e notória, dispensando maiores comentários. Será por estas curas não acontecerem nas igrejas dos pastores que fazem essas críticas? O fato é que muitos blogueiros evangélicos na internet tiveram um prazer um tanto sádico de divulgar notícias escandalosas sobre o médium Rubens Faria, qu incorpora o espírito o Dr. Fritz.
Por fim há, infelizmente, os espíritas que não poupam críticas aos médiuns curadores, seja por serem influenciados pela campanha difamatória efetuada pela mídia (jornais e revistas) contra Rubens Faria, seja quiça motivados também por ciúme e pela leitura fundamentalista e dogmática da obra de Kardec que, apesar de ter o seu mérito, não deveria ser confundida com religião dogmática.
Muitos sítios e blogs espíritas na internet publicaram as notícias escandalosas sem o menor escrúpulo em julgar e desprezar Rubens Faria (aceitando facilmente acusações sm provas), e inclusive a federação espírita proibiu as cirurgias espirituais, especialmente as que são feitas com instrumentos cirúrgicos. Mas esses médiuns, até onde sei, não estariam obedecendo às ordens de Deus? As curas bem sucedidas por meios maravilhosos não seriam uma prova disso? Se Deus quer assim, quem é a federação espírita para retrucá-lo? Creio que estes são indícios bem interessantes, tanto para um reflexão no presente, como para investigações ulteriores.

Do médium para o médico


Mesmo sem sofrer uma incisão, alguns pacientes de tratamentos mediúnicos relatam ter sentido como se ela estivesse acontecendo. Em 1987, a jogadora de basquete Paula, a Magic Paula, recorreu a uma cirurgia espiritual sem corte para tratar um problema no joelho. Procurou o médium Waldemar Coelho, em Leme, interior de São Paulo. “Sentia como se abrissem minha pele e mexessem lá dentro. Só que não doía”, afirma. Dois anos depois, Paula teve problemas no outro joelho. Dessa feita os espíritos não conseguiram resolver e ela acabou no centro cirúrgico de um hospital.
A jogadora Virna, da Seleção Brasileira de Vôlei, também foi paciente de Coelho. “Em 1993, depois de um jogo em Cuzco, no Peru, minha mão direita começou a doer. A artéria que irriga a mão estava obstruída”, diz. De acordo com a jogadora, os médicos que a examinaram receitaram cirurgia. Apesar de ser católica, Virna resolveu seguir a indicação de colegas de equipe e procurou o médium. “Sabia que era uma operação sem corte, mas senti a pele abrir, o sangue escorrer. Senti até ele dar os pontos e não doeu nada”, diz. Sua mão ficou boa.

Alemão bom de faca

José Pedro de Freitas, ou Zé Arigó, foi um dos primeiros cirugiões-médiuns brasileiros famosos. Seus instrumentos eram facas, canivetes e serrotes, às vezes enferrujados. Suas curas eram atribuídas ao “Doutor Fritz”, o espírito de um médico alemão morto durante a Primeira Guerra. Arigó morreu em 1971, em um violento acidente de carro na Rodovia Fernão Dias. Durante trinta anos de operações, calcula-se que tenha atendido nada menos do que 2 milhões de pessoas.
Mesmo depois da morte de Arigó, o Doutor Fritz continuou operando. O ginecologista pernambucano Edson Queiroz, que passou a receber o espírito da entidade em 1981, como Arigó, sofreu diversos processos, chegando a perder o direito de exercer a profissão. Em 1991, morreu assassinado a facadas.
Rubens de Faria Júnior foi o último médium a atrair multidões com o nome de Doutor Fritz. Hoje, esse carioca de 43 anos não opera mais e também responde a vários processos. "Gasto os meus dias conversando com advogados", conta. Rubens vive em um condomínio de luxo, na Barra da Tijuca, no Rio. Afirma sobreviver da ajuda de amigos e da remuneração por palestras e cursos que ministra em institutos internacionais de pesquisa sobre fenômenos paranormais. "Foram tantos os problemas que cheguei a pensar em me matar. Hoje só quero provar minha inocência", diz.

Frases

“Um sinal da seriedade de um Centro é não cobrar pelo tratamento”

“Os cortes ajudam as pessoas a acreditar que são curadas”

Você nem precisa dizer qual é o seu problema. O curandeiro simplesmente rabisca alguns garranchos incompreensíveis, receitando as ervas certas. Se for grave, só mesmo com cirurgia. Aí é você quem escolhe o tipo: invisível ou visível? Se for invisível, o cirurgião vai resolver o problema lidando apenas com seu espírito. Se você só acredita vendo, não tem problema. A sala de operações vai estar cheia de pessoas assistindo, e nem é preciso haver uma mesa. Basta ficar encostado na parede. Usando um bisturi ou uma faca, o cirurgião vai cortar onde for preciso e tirar alguns pedaços de tecido. Tudo isso supostamente sem causar dor nem infecção – apesar de o cirurgião não aplicar anestesia nem lavar as mãos. Em questão de minutos, você estará curado. A não ser, é claro, que Deus ou os espíritos não queiram, ou que você não tenha fé suficiente. Seja bem-vindo ao mundo da cirurgia psíquica.
Com algumas variações, tanto de técnica quanto de resultado, cenas como essa acontecem todos os dias. Os cirurgiões costumam avisar que não curam nada – quem cura são os espíritos, que se manifestam por meio do corpo do cirurgião, e a fé do paciente. Há relatos de dezenas de espíritos diferentes que ajudariam nas curas. O mais famoso deles é o do doutor Fritz, um médico alemão muito habilidoso que teria morrido durante a Primeira Guerra Mundial. Em transe, os cirurgiões mais mirabolantes abrem cortes usando apenas o dedo, que depois enfia no corpo do paciente para a retirada de vários tumores. No final, o corte é fechado com uma simples massagem. Um ritual espetacular, apesar de vários céticos e mágicos já terem demonstrado que o sangue pode vir de cápsulas discretamente ocultas na mão do cirurgião, onde também podem estar escondidos os tumores – na verdade, vísceras de frango.
Afinal, essas cirurgias funcionam ou não? Os cortes são reais ou não passam de truques? As curas realmente acontecem? Não há dor nem infecção? A resposta para todas essas questões é um vago “depende”: depende do paciente, depende do problema, depende do cirurgião e, segundo eles próprios, depende dos espíritos.
Os próprios cirurgiões costumam alertar que as operações nem sempre dão resultado. E, mesmo quando o paciente diz ter alcançado a cura, fica uma dúvida no ar: ele estava mesmo doente ou era algum problema psicológico ou de estresse que estava tendo manifestações físicas? Nos casos de doenças psicossomáticas, não há muitas dúvidas de que o tratamento caloroso dos curandeiros, aliado ao clima emocional das cirurgias e à fé do paciente, pode convencê-lo de que está curado. Nesses casos, isso pode ser mais importante do que tratar os sintomas.
O cético canadense James Randi diz que, durante suas pesquisas para escrever o livro The Faith Healers (“Os Curadores da Fé”, sem tradução para o português), em 1987, procurou 104 pessoas que diziam ter sido curadas por cirurgiões psíquicos. Ele as classificou basicamente em três grupos. O primeiro era o de pessoas que não tiveram doença alguma. Cita como exemplo uma senhora que acreditava ter sido curada de um câncer na garganta após ser tocada por um cirurgião. Mas, segundo seu médico, fazia cinco anos que ele vinha realizando exames que mostravam que ela nunca tivera nenhum tipo de câncer. Mas, como sua mãe havia morrido desse problema, cada vez que a garganta doía, ela associava isso a câncer. O segundo grupo identificado por Randi era o de pessoas que realmente tinham doenças e que continuavam doentes depois de passar pelas mãos dos curandeiros. Quanto ao terceiro grupo, Randi diz não ter encontrado ninguém, pois as pessoas já haviam morrido em decorrência dos problemas dos quais diziam ter sido curadas. “Não posso afirmar que essas curas não funcionam”, disse Randi, “mas em todos os casos que investiguei, houve 100% de falha.”
Nem todos consideram que curar alguém que não está doente seja algo sem importância. “Se essas curas são eficazes para tratar problemas psicossomáticos, um campo onde a medicina tem dificuldade, é um sinal que devemos estudar como isso acontece”, diz o psiquiatra Alexander Almeida. Ele realizou pesquisas com um outro cirurgião bastante popular no Brasil: João Teixeira de Faria, mais conhecido como João de Deus. Ou também como “John of God”, já que atrai muitos estrangeiros para seu centro de curas na cidade de Abadiânia, no interior de Goiás, a ponto de, na internet, existir mais informações sobre ele em inglês do que em português. Almeida passou alguns dias acompanhando a rotina e os trabalhos de João de Deus, observando se as cirurgias visíveis eram fraude ou não. “Os cortes realmente ocorreram, e os pedaços de tecido retirados eram mesmo dos lugares operados”, afirma Almeida. E funcionou? “Se houve alguma cura, ela não teve nada a ver com a parte física da cirurgia”, diz o psiquiatra.

Facas e serrotes

No Brasil, essas técnicas começaram a ficar conhecidas na década de 50, quando entrou em atividade o primeiro cirurgião psíquico brasileiro a conquistar fama: José Pedro de Freitas, o Zé Arigó. Nascido em 1921, ele casou-se aos 25 anos. Depois disso, ao longo dos nascimentos de seus cinco filhos, teria começado a escutar uma voz numa língua estranha. Isso durou anos, até que uma noite teve um sonho bastante nítido. Estava numa sala de operações, entre médicos e enfermeiras que realizavam uma cirurgia. No comando, estava um médico que era o dono da voz que Zé Arigó tanto escutava. Era o doutor Fritz, que o havia escolhido para continuar sua missão na Terra. Sua primeira cura teria sido realizada logo após essa revelação. Ao encontrar um amigo aleijado que precisava de muletas para andar, teria ordenado: “Já é hora de largar essas muletas”. E ele assim fez, e nunca mais teria tido problemas para andar. Nessa mesma época, conheceu o então senador Lúcio Bittencourt, que sofria de câncer no pulmão. Arigó teria feito uma cirurgia e extirpado o tumor, curando totalmente o político.
Montou então uma clínica na cidade de Congonhas, no interior de Minas Gerais, onde chegou a atender cerca de 200 pessoas por dia. Para algumas, receitava remédios e, para outras, cirurgias que não duravam mais do que alguns minutos. Usava as mãos, facas enferrujadas ou até mesmo serrotes. Alguns médicos diziam que suas cirurgias eram reais, enquanto outros asseguravam que não passava de charlatanice. Ao longo de 30 anos de “carreira”, operou cerca de 2 milhões de pessoas e sofreu dois processos por exercício ilegal de medicina. O primeiro em 1958, mas recebeu perdão do presidente Juscelino Kubitschek (cuja filha teria se tratado com Arigó), e o segundo em 1964, quando chegou a passar sete meses na cadeia.
Como na maioria dos casos de cirurgiões mediúnicos brasileiros, Zé Arigó não cobrava nada. Por outro lado, sua família era dona das duas principais farmácias de Congonhas – onde os pacientes deviam comprar suas ervas e remédios –, de um hotel e de uma loja de lembrancinhas.
Um fato curioso é que Zé Arigó teria previsto a própria morte. Sabia que iria morrer num acidente de carro, de maneira violenta. E, em 1971, isso realmente aconteceu. Mas aparentemente o doutor Fritz não deu sua tarefa por encerrada. O próximo a dizer que recebia o espírito do médico alemão foi o ginecologista Edson Queiroz. Ele viveu até 1991, mas, desde 1986, o engenheiro Rubens Faria Jr. começou a fazer cirurgias dizendo também receber o espírito de Fritz. No final da década de 1990, foi a vez de Mauricio Magalhães clamar para si o posto de médium que incorpora o espírito do habilidoso cirurgião. Todos tinham métodos de trabalho parecidos e o mesmo sotaque alemão quando entravam em transe. E todos foram acusados de fraude similares.
Os próprios cirurgiões psíquicos costumam dizer que a operação visível é dispensável. Mas o que poderia estar atuando então? “Há pesquisas que apontam evidências de que algumas pessoas são capazes de influenciar o corpo de outras”, diz o psicólogo Wellington Zangari, coordenador do Inter Psi (Grupo de Estudos de Semiótica, Interconectividade e Consciência), da PUC de São Paulo. É o que a parapsicologia chama de biopsicocinese (bio-PK). Alguns estudos apontam que é possível induzir pequenas alterações nos batimentos cardíacos, na pressão sangüínea e na condutividade elétrica da pele, além de outros efeitos. “Em 2002, realizamos uma pesquisa em conjunto com a Universidade de Nevada, nos Estados Unidos”, conta Zangari. “Reunimos um grupo de médiuns de umbanda em São Paulo que tentaram influenciar o corpo de uma pessoa que estava numa sala totalmente isolada, a quase 10 mil quilômetros de distância, nos Estados Unidos. As diferenças entre os períodos em que os médiuns estavam agindo e em que eles não agiam foram pequenas, mas significativas”, diz o pesquisador. “Isso é muito menos do que os cirurgiões psíquicos prometem, mas é a única coisa palpável que temos do ponto de vista da pesquisa empírica.”
Mas os cirurgiões preferem atribuir seu sucesso aos espíritos. Os adeptos do espiritismo acreditam que espíritos desencarnados podem se manifestar por meio de médiuns. Essas intervenções poderiam ser físicas ou apenas no campo energético, atuando diretamente no espírito do paciente. Essa cura no espírito pode ter reflexos no corpo. “Práticas espirituais e religiosas têm impacto na saúde das pessoas, mas ainda se está estudando o que está por trás disso”, diz o psiquiatra espírita Frederico Leão. Os resultados dependem então da fé do paciente? “É importante, mas não determinante”, afirma Leão. Médico das Casas Santo André, uma instituição espírita em Guarulhos, município na Grande São Paulo, que cuida de pessoas com deficiência mental, ele estuda os resultados de intervenções espirituais nesses pacientes, todos eles com algum tipo de retardo mental. O objetivo não é atingir a cura, considerado impossível nesses casos, mas sim tentar aliviar alguns problemas, como agressividade, convulsões e recusa em se alimentar. “Há casos em que os problemas cessam. Mas há também aqueles que não apresentam mudança alguma”, diz Leão. “Nenhuma prática espiritual substitui o tratamento médico convencional. Ela é apenas um complemento.”

Efeito placebo

Mas é possível que os cirurgiões psíquicos produzam efeitos em seus pacientes mesmo não tendo nenhum poder paranormal ou afinidade com espíritos. O impacto psicológico que eles podem causar pode servir como gatilho para processos de cura realizados naturalmente pelo organismo. Seria algo parecido com o efeito placebo, no qual pacientes que tomam pílulas de farinha acabam apresentando melhoras pelo simples fato de acharem que estão tomando um remédio. “Muitos dos que procuram esses cirurgiões são pessoas que foram desenganadas pela medicina tradicional”, diz Zangari. “Ser tratado de maneira pessoal, com todo carinho, por esses curandeiros pode produzir efeitos favoráveis para a saúde.” O fato de as pessoas às vezes acreditarem mais no curandeiro do que num médico também pode afetar o tratamento. Há relatos de pessoas que foram curadas de cirrose hepática em cirurgias espirituais. Elas foram “operadas”, tomaram suas ervas e seguiram a recomendação do curandeiro de parar de beber – que é o único tratamento eficaz conhecido (a não ser em casos muito avançados, que só se resolvem com transplante de fígado) e que qualquer médico aconselha aos seus pacientes.
Independentemente de esses curandeiros serem homens miraculosos ou charlatães, a maioria dos pesquisadores concorda num ponto: é preciso estudá-los melhor. Seja para desmascarar as farsas, seja para aprender técnicas que podem ser úteis para a medicina tradicional. “O compromisso da medicina é ajudar o paciente. Se algo nessas curas for realmente bom, devemos aprender e usar isso a favor das pessoas”, afirma Almeida. “Sou favorável a pesquisas que tentem conciliar métodos convencionais com métodos alternativos não-invasivos”, diz Zangari. Mas, apesar de o Brasil ser um país onde a cirurgia psíquica é mais popular, as pesquisas científicas ainda engatinham. “Não há verbas para essas pesquisas, e quem se arrisca costuma sofrer um pouco de preconceito”, diz Leão. “Esse é um campo que ninguém estuda, mas todo mundo tem opinião. Acabamos ignorando coisas que acontecem no nosso quintal”, diz Almeida.

Meca de curandeiros


O filipino Antonio Agpoa transformou a cirurgia mediúnica num grande negócio e iniciou uma tradição
Foi no final da década de 60 que os cirurgiões psíquicos ganharam notoriedade, graças à publicação de The Wonder Healers of the Philippines (Os Maravilhosos Curandeiros das Filipinas), do escritor esotérico americano Harold Sherman. O mundo foi então apresentado a Antonio Agpoa, um curandeiro filipino que não foi o primeiro cirurgião mediúnico, mas que popularizou o estilo de cirurgia com as mãos em que se pode observar o sangue jorrando e a retirada de tecidos. Mais do que isso, ele transformou suas curas num ótimo negócio. Após a publicação do livro, em 1967, e da exibição de documentários também feitos por Sherman, pacientes-turistas dos Estados Unidos e da Europa começaram a ir em grandes excursões para se consultar na clínica de Agpoa nas proximidades de Manila, capital das Filipinas. O homem havia se tornado um pop star. No final de 1967, ao fazer uma viagem aos Estados Unidos, Agpoa foi acusado de fraude por vários de seus ex-pacientes e acabou sendo preso. Após pagar uma fiança de 25 mil dólares, fugiu de volta para as Filipinas.
Tudo isso teve pouco impacto em sua carreira. Não se sabe quanto dinheiro Agpoa amealhava, entre pagamentos de “consultas” e doações. O fato é que, em pouco tempo ele conseguiu construir um hotel cinco estrelas para hospedar – obrigatoriamente – as pessoas que queriam se tratar com ele. Não bastasse isso, sua mulher abriu uma operadora de turismo especializada em promover excursões de pacientes. Foi acusado de fraude diversas vezes, mas continuou operando até morrer por causa de um derrame, em 1982. A principal ironia, que não passou despercebida a seus críticos, é que, mesmo vivendo na meca dos cirurgiões psíquicos, muitos ensinados por ele, e mesmo dizendo-se capaz de curar inclusive câncer, Agpoa acabou recorrendo a um hospital dos Estados Unidos quando precisou fazer uma cirurgia de apêndice.
As Filipinas sempre tiveram uma “tradição” em curandeiros alternativos. E, hoje em dia, quando o assunto é cirurgia psíquica, é sempre citado como o principal centro mundial. O segundo lugar mais lembrado é o Brasil. Não há estatísticas confiáveis sobre o número de cirurgiões brasileiros, mas o fato é que alguns deles atendem tantas pessoas que conseguem destaque inclusive no exterior, como nos casos de Zé Arigó e João de Deus. As explicações para esse sucesso são várias. “Essas práticas são notáveis em todos os países onde o sistema de saúde é falho”, diz o psicólogo Wellington Zangari. “Também temos grupos religiosos que definem muito bem o que é e o que não é saúde. Em alguns deles, se você não tem saúde, é porque o diabo está no seu corpo. A solução é tratar o espírito com exorcismo.” O psiquiatra Frederico Leão aponta ainda outro fator: o alto custo do tratamento de doenças graves. “A medicina tornou-se muito cara, o que faz as pessoas mais simples considerarem outras alternativas, como os curandeiros.”

Fonte:http://super.abril.com.br/cotidiano/cirurgias-mediunicas-maos-deus-445649.shtml

Cirurgias Mediúnicas Espírito Dr Ricardo Dwannees Stein, médium, Marlon Santos Ex Prefeito 




 Cirurgia feita por um Espírito sem assepsia, sem sangramento, sem dor e sem custo.
Este trabalho tem o objetivo de mostrar evidências da imortalidade da alma, para que possamos rever os nossos valores.

Cirurgias e curas mediúnicas

Enrique Baldovino


Esta matéria foi veiculada na cidade de Foz do Iguaçu no jornal leigo "A Gazeta do Iguaçu", de julho/97, por ocasião da chegada em nossa região, de vários médiuns ditos "espíritas", que ofertavam e prometiam ao público em geral, através das rádios, jornais etc., "operações e curas espirituais".

PERGUNTA: O Centro Espírita deve desenvolver atividades de cirurgia mediúnica?
DIVALDO PEREIRA FRANCO: Transformarmos o Centro Espírita em pequeno hospital para atendimento de todas as mazelas é uma temeridade, uma loucura. Isso seria um desvio da finalidade da prática do Espiritismo. Podemos, sim, fazer uma atividade de atendimento a doentes que são portadores de problemas na área da saúde espiritual. Poderemos aplicar-lhes passes, doar-lhes a água fluidificada, se for o caso, embora não sendo essa terapêutica a condição precípua do Centro Espírita. A função principal do Centro Espírita é iluminar a consciência daqueles que o buscam e, quando na área da prática do Espiritismo, atender as pessoas necessitadas de todo jaez.
Chico Xavier, que eu sabia, é a maior antena transreceptora na área da mediunidade, do século. No entanto, está assistido por médicos terrestres. Ele tem um médico cardiologista, um clínico geral, seu amigo, um urologista etc. O Espírito do Dr. Fritz quis cirurgiá-lo, em 1965, através do médium não espírita Arigó: - Eu te ponho bom desse olho. Faço-te a cirurgia agora! O Chico respondeu-lhe: - "Não, isso é um carma. Eu sei que o senhor pode consertar o meu olho. Mas como o carma continuará, vai aparecer-me outra doença. Como eu já estou acostumado com essa, eu a prefiro. Por que eu iria querer uma doença nova?" (W.O.A.).
PERGUNTA: Como se encaram as cirurgias astrais?
DIVALDO FRANCO: - Acreditamos que as cirurgias astrais são válidas, desde que o paciente esteja com o seu carma liberado. Daí, constatar-se que nem toda interferência ;de ordem espiritual, no campo cirúrgico, dá o resultado que seria de esperar-se. Aliás, mesmo no Evangelho, encontramos uma referência: nem todos aqueles que buscaram Jesus foram curados, porque tinham dívidas, e essas dívidas não estão resgatadas, é óbvio que a cura não se poderia dar.
PERGUNTA: Há um velho conceito de que o Espiritismo tem sido vítima de muitos mistificadores, especialmente os chamados curandeiros, benzedores etc. Até onde, como e quando o Espiritismo pode realmente curar doenças, do corpo ou do Espírito?
DIVALDO FRANCO: As ciências não passaram incólumes aos mistificadores, as artes, as correntes filosóficas, nem tampouco as diversas religiões. Natural que o Espiritismo servisse de campo, também, por fenômeno natural, a pessoas desonestas, inescrupulosas. O objetivo essencial do Espiritismo é "estudar as origens do Espírito, sua natureza, seu destino e as relações que existem entre o mundo corporal e o mundo espiritual", explicando a vida espiritual à luz da lógica e da razão. Por conseqüência, conclamando a uma renovação interior, auxilia-o a libertar-se de inúmeras enfermidades, particularmente por meio da fluidoterapia, auxiliando e libertando os portadores de obsessões para os quais até o momento a Ciência Oficial não tem conseguido mais expressivos resultados. Sabemos que "há doentes e não doenças", conforme o conceito da hodierna Psicossomática. Logo, ;o problema está no espírito e não no corpo. Desde que o espírito se conscientize das responsabilidades que lhe dizem respeito durante a jornada humana, se depura, se renova, se liberta dos fatores predisponentes e preponderantes que levam às enfermidades de portes os mais variados (In "Viagens e Entrevistas", D.P.F.).
Foz do Iguaçu
(Jornal Mundo Espírita de Fevereiro de 1998)



AS CIRURGIAS ESPIRITUAIS NA BUSCA PELA CURA


 Os Kardecistas explicam que as cirurgias espirituais são feitas por espíritos de médicos desencarnados que atuam no corpo perispiritual, utilizando técnicas ligadas à ciência médica. Foto reprodução Bei



Os que atuam no corpo perispiritual, utilizando técnicas ligadas à ciência médica. 

Por Nathalia Ruviaro, acadêmica de jornalismo da Unifra - Agência CentralSul de Notícias
 Crédulos ou incrédulos tanto faz. A verdade é que as cirurgias mediúnicas, mais conhecidas como cirurgias espirituais vêm ganhando cada vez mais adeptos e desafiando as fronteiras da ciência. Desde os primórdios da história da humanidade se tem registros de possíveis cirurgias espirituais, sobretudo no Egito e na Grécia, onde era comum existir médicos-feiticeiros que através de rituais próprios deram origem ao que hoje chamamos de curas espirituais.
 Ao contrário do que muitos pensam, a busca pela cura não vem apenas dos que creem no espiritualismo, e sim, de todas as religiões existentes, até mesmo daquelas que negam veemente a existência de uma vida após a morte.
 A doutrina espírita pode até não atrair um público tão grande, mas a prática dos passes e cirurgias deixa as salas dos mais de doze mil centros distribuídos pelo país superlotadas em busca de conforto e solução para problemas físicos e mentais. A quantidade de casas espíritas que realizam esses procedimentos no Brasil é grande. Há lugares que disponibilizam até mesmo cirurgias à distância como é o caso do Templo Espírita Tupyara no Rio de Janeiro.
 Os Kardecistas explicam que as cirurgias espirituais são feitas por espíritos de médicos desencarnados que atuam no corpo perispiritual, utilizando técnicas ligadas à ciência médica. Allan Kardec, conhecido como codificador do espiritismo, deixa claro em seus manuscritos que são pessoas que possuem um fluido humano especial, que potencializado pelos fluidos do mundo dos espíritos, podem modificar a estrutura da matéria, promovendo as curas.
Bruno Freitas operou os olhos em uma cirurgia astral realizada na cidade de Passo Fundo.
Bruno Freitas operou os olhos em uma cirurgia astral realizada na cidade de Passo Fundo.
Para Bruno Freitas, 24, técnico de informática, a procura pela cura espiritual começou há pouco mais de um ano quando ele foi diagnosticado com Ceratocone, uma doença não inflamatória progressiva do olho que provoca mudanças estruturais na córnea. Após refazer vários exames e ver o progresso da doença, a única solução era uma cirurgia a laser, a qual Bruno não queria se submeter. Foi neste momento que ele pediu ajuda espiritual. “Como sou estudante da doutrina resolvi procurar o Centro Espírita Allan Kardec aqui em Passo Fundo. Recebi as orientações e fiz todo o procedimento necessário, pois eu não poderia comer carne vermelha no dia da cirurgia e também deveria tomar banho 12 horas antes, evitar sexo e drogas” declara.
O fato que mais surpreendeu Bruno não foi apenas a melhora de cerca de 30% na recuperação da visão, mas sim toda a experiência vivida naqueles momentos em que parecia estar em uma outra atmosfera. “Quando entrei na sala o silêncio era absoluto, senti um relaxamento físico inigualável e aromas magníficos que nunca havia sentido antes. Junto comigo estava uma equipe de quatro enfermeiros e um médico espiritual. Senti um calor intenso que não identifiquei de onde vinha e como um mestre das artes, o médico orientou a limpeza dos meus olhos” recorda.
Ainda segundo o relato do estudante, a equipe toda usava jalecos, luvas, toucas, bisturis e todos os instrumentos que a medicina tradicional ocupa. Tudo era limpo e higienizado. “Senti uma movimentação de algo que não era aqui do nosso plano. O médico pegou o bisturi e confesso com todas as letras do mundo que senti como se o corte estivesse sendo de verdade. Fui pra casa após o procedimento e, para meu espanto, tive dores infernais, vermelhidão, ardor e queimação local que depois de um ou dois dias foram aliviando” conta Bruno.
O vereador Paulo Denardin afirma ser adepto da doutrina espírita e acredita na eficácia das cirurgias espirituais.
O vereador Paulo Denardin afirma ser adepto da doutrina espírita e acredita na eficácia das cirurgias espirituais.
Algumas pessoas procuram a ajuda desses médiuns quando percebem que a medicina tradicional não solucionou os problemas físicos, como é o caso do vereador Paulo Denardin.Frequentador da doutrina espírita durante muitos anos, Denardin buscou ajuda primeiramente pelas cirurgias à distância. Depois teve outros problemas físicos e recorreu à cirurgia mediúnica no Núcleo Espírita Nosso Lar, em Florianópolis. “Por ser estudante da doutrina eu sabia que os males não eram apenas físicos, mas sim perispirituais e que há coisas que a medicina tradicional não consegue resolver. Fui a Florianópolis e realizei a cirurgia sem cortes, assim como já fiz outras vezes. Sou adepto”, afirma.
A expansão da doutrina pelo Brasil e pelo mundo afora também ocasiona diversas situações problemáticas. A principal delas são as polêmicas causadas pelo confronto entre ciência e religião. Teltz Cardoso Farias, coronel e trabalhador da doutrina no Abrigo Espírita Oscar Pithan, em Santa Maria, com relação às polêmicas se posiciona positivamente: “Temos tomado as cautelas necessárias no trato com os temas polêmicos, como convém à boa e fiel divulgação da nossa amada doutrina. Quando tratamos deles, em público, é com o intuito de esclarecer o posicionamento doutrinário frente ao assunto e, tanto quanto possível, ajudar para que distorções de qualquer espécie não se verifiquem” diz.
E quanto à pergunta sobre a veracidade das cirurgias mediúnicas: não existem respostas exatas, já que isso vai da crença e da fé de cada um. Há quem desacredite, assim como há quem não viva sem. A batalha de egos que opõe ciência e religião já dura séculos, e ainda perdurará por muitos anos.

Fonte:http://www.portalbei.com.br/2013/04/as-cirurgias-espirituais-na-busca-pela-cura/

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