DROGAS, MEDIUNIDADE, INTELIGÊNCIA E CHICO XAVIER
Os dois artigos abaixo, um do Dr. Jorge Andréa e outro do Prof. Dr. Luiz Carlos Formiga, parecem se complementar e explicar a relação entre o uso de drogas & mediunidade & inteligências. Foram publicados no início do mês em jornais diferentes, “Correio Espírita e O Rebate”.
Inteligência e mediunidade
Jorge Andréa
Junho 2013
A primeira zona, a espiritual, comandaria toda a organização através do perispírito que lhe serve de filtro adaptador de energias e que, por sua vez, serão mergulhadas na zona física, a fim de conduzir e orientar o complexo metabolismo orgânico. Dessa forma, os processos intelectivos e afetivo-emocionais que se projetam na tela física, são o resultado de elaborações espirituais a definirem e influenciarem os mecanismos psicológicos da nossa denominada zona consciente.
De todos esses processos, os coligados à inteligência têm sido pesquisados e avaliados com nossas percepções, possibilitando uma escala ou quociente de inteligência.
Desse modo, existem três variedades de inteligência que, apesar de se apresentarem em seus degraus, correspondem a um só bloco com uma única origem espiritual. Assim, uma linha horizontal representaria o coeficiente de inteligência (QI), a posição mais simples de pequeno desenvolvimento. Esta posição foi bastante festejada, a partir de meados do século XIX, visando a medir o grau de inteligência das pessoas. Em virtude de não representar, realmente, destacada posição avaliativa, aos poucos ficou sendo relegada a plano de pouco valor, embora utilizada em limitados testes.
A partir da década de 90 do século XX, nasce a chamada inteligência emocional com as observações de Daniel Goleman, o denominado QE, podendo ser representado por linha oblíqua, de modo a traduzir um grau mais avançado de inteligência. Uma linha vertical representaria o mais expressivo grau de inteligência, a inteligência espiritual, o QS, resultado de observações e pesquisas que estão alastrando pela física quântica e a fenomenologia paranormal.
No coeficiente de inteligência, o QJ, os processos instintivos primários estão bem salientes, em que as manifestações de entendimento revelam-se, preferentemente, nos processos fastidiosos das análises. É como se existissem apenas ligações neuroniais pobres, em série, por isso com limitados recursos, embora havendo perspicácia perceptiva nos seres.
Na inteligência emocional, a englobar o QI, já existe o pensamento associativo, em que os instintos se encontram mais aprimorados, no sentido de aptidões. Nesta posição, as emoções e sentimentos envolvem-se em suas atividades, denotando ligações neuroniais não mais em série, mas, sim, em rede, de modo a explicar uma fenomenologia psicológica mais rica.
Na Inteligência espiritual, as ligações neuroniais alcançariam posições bastante complexas, com ativa participação da base cerebral, zona do conhecido lobo límbico. Este modelo mais aparelhado engloba todos os graus de inteligência, com pensamentos ordenados, participando das criações psicológicas em que a intuição representa a mola mestra do processo.
Em face da fenomenologia paranormal, em que a mediunidade é de grande expressão, as três variedades – QI, QE e QS – mostrar-se-ão de acordo com os seus diversos graus e alcances. Assim, o fenômeno mediúnico, por fazer parte dos componentes orgânicos, quando ativado alcançará e será envolvido por qualquer tipo de inteligência. Diante de tal fato, compreendemos o teor das mensagens espirituais reveladas no processo mediúnico, com as características de maior ou menor significado, pela condição de filtragem que a organização mediúnica oferece.
Joanna de Ângelis (Espírito) demarca as quatro forças dentro da visão psicológica.
A primeira força marca, praticamente o início mais ordenado dos fenômenos psicológicos, com Watson, o criador do modelo behaviorista, a denominada psicologia do comportamento, em que o processo seria de exclusiva função neuronial. Este modelo teve uma ampliação, no início do século XX, Skiner que lhe deu um pequeno passo para as funções do inconsciente.
A segunda força, com Sigmund Freud, ainda envolvida nas funções neuroniais, já apresenta abertura para o envolvimento da lama, com a tão expressiva psicanálise. A nosso ver, devemos a Freud, ter lançado os valores existenciais da lama na Universidade com o nome de inconsciente.
A terceira força, denominada de psicologia humanista, teve em Rogers seu grande impulsionador com as questões existenciais. Este modelo foi avançando, ampliando condições que foram propiciando o despertar da quarta força psicológica, a psicologia transpessoal, a psicologia do porvir.
A quarta força ou psicologia transpessoal teve início com Jung, o pioneiro, que se foi desenvolvendo com psicólogos ilustres, como Assagioli e sua psicossíntese, Maslow com a hierarquia das necessidades, e com S. Grof, ratificando os conteúdos do inconsciente como autênticos depósitos de experiências pregressas. Este modelo psicológico está se desenvolvendo, cada vez mais, em busca de uma totalidade conhecida como movimento holístico, onde muitas vertentes são analisadas e computadas, a fim de fornecer elementos que propiciem melhores definições do psiquismo humano.
“Religiosidade/Espiritualidade na Universidade”
Luiz Carlos Formiga
Junho 2013
Diante de temas que passam pela interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade temos que exercitar a virtude que nos origina o sentimento da nossa insignificância. Isto porque podemos nos encontrar nos degraus mais altos do domínio cognitivo (QI) e eventualmente estagiar nos primeiros daInteligência Emocional (QE). Podemos ainda estar na fase de “adaptação”, quando pensamos nos níveis daInteligência Espíritual (QS) e lembramos da curva de crescimento bacteriano.
O tema farmacodependência é um deles. Consultemos a revista técnica.
“La determinación de los valores puede servir de base para desarrolar la capacidade de rechazar ciertas situaciones y fortalecerla. Essa es uma parte importante del programa de prevencción del alcoholismo. Uma vez que los jóvenes compreenden su propria escala de valores y son capaces de explicarla a otros les resulta más facil expresar su decisión de abstenerse de beber y justificarla. De esa manera se sientem seguros cuando deciden no beber y les resulta más fácil decir que no.”
O Bol. Ofic. San. Pan (OMS), 98 (4): 358, 1985 enfatiza os “valores-ético-morais”. Por outro lado governantes podem não ter uma visão ampliada de sua população alvo, principalmente se limitados à vertente materialista da ciência. Como são vistos os jovens pelos responsáveis por essa prevenção?
Como na hanseníase podemos encontrar dois tipos polares, agora identificados não pela reação de Mitsuda, mas pela resposta encontrada na questão: “quem e o que somos”. Somos 1. impulsos eletroquímicos num biocomputador que se originou, por acaso, num universo de partículas materiais mortas e que se movimentam aleatoriamente ou 2. ser criado, de natureza bio-psico-socio-espiritual (*), dotado de historicidade e de livre arbítrio, encontrando-se em contínuo processo evolutivo, sendo parte integrante do universo com o qual interage constantemente. (*) Microbiologia in foco,3 (11): 10-16, S.P. , SBM, 2010.
Vamos resumidamente rever alguns conceitos.
Há um tipo de organização neural que permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico (QI - Cognitivo). O QE (inteligência emocional-afetivo) é outro tipo de organização neural que irá permitir realizar o pensamento associativo, afetado por hábitos, reconhecedor de padrões, emotivo. emocional. Um terceiro tipo permite o pensamento criativo, capaz de insights, formulador e revogador de regras, QS (espiritual-valorativo). Com essa organização neural é que se formulam e se reformulam tipos anteriores de pensamentos. Aqui o período infantil parece ser decisivo na vida da pessoa.
Pelo exposto podemos arriscar uma afirmação: não basta a pessoa ser “um gênio” (QI), se não souber lidar com emoções (QE). O estudo da inteligência espiritual (QS) nos permite compreender que uma pessoa muito inteligente, em termos do domínio cognitivo pode ser estúpida em termos de valores ético-espirituais, podendo ser perigosa para a própria vida. Imagine como valorizará a do outro, seja feto ou não.
Continuemos a explorar a vertente espiritualista da ciência agora utilizando uma tese, pós-doutorado, Disciplina de Emergências Clínicas da Faculdade de Medicina. USP. 2011.
Nela vamos encontrar os significados de espiritualidade e religiosidadeemergentes de profissionais da área de saúde, o que nos interessa neste contexto.
De maneira geral, espiritualidade,religião e religiosidade são usadas como sinônimos, porém estes termos não têm as mesmas características. Aespiritualidade é entendida como uma força unificadora, que tem como propósito facilitar o desenvolvimento , dar orientação à realidade na vida diária e um significado para a existência. É a transcendência entre o homem e Deus, o que se realiza dentro de um processo contínuo de confiança e interação.
A religião, por sua vez, é uma crença no sobrenatural ou numa força divina que tem o poder sobre o universo e que como tal deve ser adorada e obedecida. Religiosidade é a extensão na qual uma pessoa acredita, segue e pratica uma religião.
Anteriormente, Z. Sanchez e S. Nappo, da Univ. Fed. de São Paulo. Centro Brasileiro de Informações sobre drogas psicotrópicas, na Revista de Psiquiatria Clínica (USP). 34: 73-81, 2007, examinaram a religiosidade, a espiritualidade e o consumo de drogas, num trabalho de revisão.
A religiosidade e espiritualidade são apontadas como fatores protetores ao consumo em diversos níveis. Seu objetivo foi descrever principais estudos que tratam do papel da religiosidade no tratamento e na prevenção.
Consultaram fontes indexadas nas bases de dados PubMed e Scielo, entre 1976-2006(30 anos).
Encontraram como resultados: 1. Aspessoas que frequentam culto religioso, ou que dão relevante importância à sua crença, ou praticam as propostas da religião professada, apresentam menores índices de consumo de drogas lícitas e ilícitas; 2. os dependentes apresentam melhores índices de recuperação se o seu tratamento é permeado por uma abordagem espiritual, de qualquer origem, quando comparados a dependentes que são tratados exclusivamente por meio médico.
O pesquisadores concluíram que devido ao forte papel de assistência social das religiões, a incentivação desta abordagem seria de grande relevância para a saúde pública brasileira.
Podemos encontrar profissionais de saúde que usam e abusam de drogas lícitas ou não? Vejamos um caso em forma resumida.
Paciente sedada, ansiosa, primeiro filho. O doutor fizera cinco partos naquela manhã e bebera a quinta dose de uísque. Já levara advertências por aparecer alcoolizado no centro cirúrgico. Era alcoolista, mas excelente profissional.
Antes da cesárea, bebera outra dose na sala dos médicos. Vinha de um plantão. acordou e começou a beber. Suicída inconsciente, segundo André Luiz, no livro Nosso Lar, psicografado por Francisco C. Xavier.
Durante o procedimento, uma ruptura numa artéria chega à hemorragia. A vista turvada o impedira de cauterizar. Em pânico, tinha dificuldades em parar o sangramento. Enfim, conseguiu salvar mãe e filho. Saiu chocado e, responsavelmente, internou-se numa clínica para dependentes químicos.
A recomendação encontrada no Bol. Ofic. San. Pan (OMS), 98 (4): 358, 1985 é preciosa e enfatizamos a necessidade desses valores serem internalizados ainda no período infantil. Eles são importantes para exercer ação preventiva não apenas nos casos de suicídio inconsciente. Por esse motivo, o Blog do NEU-UERJ vem oferecendo matérias pensando na Bioética e na reflexão dosbenefícios a serem maximizados e nos danos a serem minimizados. Lá encontramos artigos que relacionam suicídio (grandes quedas) a fetos anencéfalos; suicídio infantil com relações sócio-familiares e drogas; suicídio na Universidade e a Arquitetura.
Considerando que a Ética visa o bem a ser conquistado e não apenas ao mal que deve ser evitado. Sublinhamos que a Bioética é a Ética aplicada aos problemas que se desenvolvem nas fronteiras da vida, vindo em socorro do ser humano na singularidade da individualidade. Ela não pretende ser restritiva, mas deve colocar limites éticos para salvaguardar a pessoa humana, sua vida e humanidade.
A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade lhe são pertinentes. Como estamos fazendo comentários apoiados na vertente espiritualista da ciência num hospital universitário fazemos, neste apagar das luzes, o convite (*) para assistirmos posteriormente uma mesa redonda. Ela, filmada em 22/9/1995, recebeu o título “Curas Espirituais” e aconteceu durante o Ciclo de Debates sobre “Ética, Fé e Cura”, promovido pelo Centro de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A palestra introdutória esteve a cargo do psiquiatra Sergio Felipe de Oliveira. Do Instituto de ciências Biomédicas. USP.
Na mesa Sergio Felipe pavimenta o caminho para 28 anos depois a revista Veja, 10 de outubro de 2012, nos oferecer o texto “Um Poder Invisível da Fé”, construído a partir da entrevista com o psiquiatra Harold G. Koenig, professor da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, que há 28 anos se dedica a estudos que relacionam religião com saúde.
O docente-pesquisador possui quarenta livros publicados e mais de 300 artigos sobre o tema. Ele afirma, na Veja, que “as pesquisas são claras ao relacionar as diversas formas de religiosidade com a prevenção de doenças cardiovasculares e da hipertensão.”
Que Deus nos ajude a “exercitar, como fizeram grandes homens, a virtude que nos origina o sentimento da nossa insignificância.”
(*) cópia poderá ser encontrada no acervo do NEU-UERJ e UNI-RIO.
Por Que Considero Inteligente, o Cândido, Francisco Xavier?
Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam.
— Porque, se somente amardes os que vos amam que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os publicanos?
(MATEUS, cap. V, vv. 44, 46 a 48.)
(MATEUS, cap. V, vv. 44, 46 a 48.)
André Luiz nos diz que a educação da alma é a alma da educação. É a educação como formação, que desenvolve interesses, valores e atitudes. Seu princípio organizador a internalização - incorporação de valores éticos-morais de outra pessoa ou da sociedade. É a aceitação, como se fosse próprio, de atitudes, regras, princípios e sanções que o levam à formação de julgamentos de valor ou à determinação de sua conduta. Nela existem estágios de desenvolvimento:Estágio 1. As conseqüências físicas de uma ação determinam se ela é boa ou má. Os motivos morais são baseados no desejo de evitar punição. Estágio 2. “Certo” é aquilo que satisfaz necessidades pessoais. Há igualdade e reciprocidade por motivos pragmáticos, não por lealdade, gratidão ou justiça. Neste nível, significa: “Se ele me bate, eu bato nele”. Estágio 3. Há necessidade de evitar a reprovação e o desagrado dos outros. Comportamento de grupo. Tendem a se comportar como pessoa “bem educada”. A intenção torna-se importante pela primeira vez. Estágio 4. Mostra respeito pela autoridade, pelas regras fixas e pela manutenção da ordem social. Estágio 5. Há respeito pelos direitos individuais. O direitos e deveres são baseados no livre acordo. Há valorização do legal, mas a lei pode ser mudada em função da sua utilidade social. Estágio 6. As decisões da pessoa são guiadas por princípios éticos selecionados por ela própria, como justiça, reciprocidade, igualdade e respeito pela dignidade do ser humano. Compreende que nem tudo o que é legal é moral.
Por outro lado devemos entender que a mente humana pode passar por estados mórbidos como: a Neurose e a Psicose, distintas primariamente por intensidade de desarranjo.
Neurose é um distúrbio emocional da personalidade. Conduz a estilo de vida desajustado. Há conflito: consigo mesmo porque tendências contraditórias se debatem dentro dele, como a necessidade de afeto e a hostilidade e com o meio ambiente porque luta agressivamente contra os fatores externos como se estes constituíssem uma ameaça à sua vida e, ao mesmo tempo, procura recuar diante deles como se julgasse não poder enfrentá-los.
O neurótico acha que deve lutar antes de cooperar e, por isso, é fortemente competitivo (ainda que não pareça).
Neurose corresponde em trabalhos espíritas ao termo clássico perturbação, definida como estado de ânimo desajustado, em que o indivíduo não consegue manter a estabilidade emocional e mental, desviando-se para a tristeza, pessimismo, desânimo, agressividade. Aplica-se especialmente ao espírito desencarnado em desequilíbrio.
Há tipos de atitude geral e tipos de personalidades: 1) aproximam-se porque precisam ansiosamente de afeto e não suportam a solidão - complacente; 2) opõem-se porque são ambiciosos e querem dominar e possuir tudo - agressivo; 3) afastam-se, mal toleram o contacto humano e sentem-se melhor no isolamento - indiferente.
As três atitudes não excluem as opostas, presentes mas inaparentes. O sujeito em oposição aos outros é carente de afeição, mas procura ocultar isso.
O homem normal contém esses elementos em proporções equilibradas. É amistoso, solidário, cooperativo.
Como fica o nosso raciocínio quando passamos pelas duas condições?
Neurose - raciocínio normal. Parece desviado porque usa bases falsas; “ninguém gosta dele, o mundo é um lugar mau e perigoso, ou adora todo mundo”. Esses juízos são falsos. O mecanismo de pensar está intacto. Existe o senso da realidade e a vida social é possível.
Na psicose, a desorganização é muito mais avançada. O senso da realidade e a vida social mostram-se nulos ou quase. Não pode responder pelo que faz.
O que está no fundo das neuroses e psicoses?
A tríade afetiva do desequilíbrio mental. Os "micróbios" do egoísmo, do orgulho e da hostilidade.
Qual a causa geral de qualquer perturbação psíquica?
Desobediência constante às determinações da Lei de Deus, abandono sistemático das obrigações impostas pela Lei).
Uns estão rebelados contra a vida, o mundo e Deus; outros estão desanimados ante os obstáculos a remover do próprio caminho. Um dia, eclodem os variados sintomas neuróticos ou psicóticos, conforme a intensidade da perturbação íntima.
Egoísmo - base dos sentimentos desequilibrantes da alma - é o excessivo apego ao próprio bem, sem considerar o dos outros. “Hipertrofia congênita do eu", "Obsessão neurótica do eu".
Orgulho, inflação da personalidade, é o desejo de parecer superior ao que é.
Assim esses indivíduos só se ocupam de suas conveniências e vantagens. "Eles gostam de levar vantagens em tudo" ignorando os outros.
Existe outro fator quase sempre presente que é a obsessão. Ela pode se definida como a influência maléfica, intencional ou inconsciente, exercida por Espíritos imperfeitos sobre a humanidade encarnada, de modo prolongado. É o predomínio de uma mente sobre a outra produzindo constrição.
Um homem pode enlouquecer só porque um Espírito mau se lhe aderiu à organização perispiritual, dominando-lhe a vontade e impondo-lhe seus pensamentos.
Obsessão é, portanto, um constrangimento que se sente, graças à presença perturbadora de um ser espiritual. Ela possui três graus distintos: 1. Obsessão simples - peculiar a quase todos - seria um tipo de "gripe emocional". Porque vivemos num mundo atribulado, imediatista, agressivo, desequilibrando-nos esintonizamos com os Espíritos também agressivos e desequilibrados. 2. Quando ela se agrava é a obsessão por fascinação. O indivíduo se acredita abençoado por forças superiores e não admite o intercâmbio com os Espíritos menos ditosos; 3. Quando a pessoa perde o senso de equilíbrio, cai no que o Evangelho chamava de possessão e que Allan Kardec, denominou como obsessão por subjugação, porque a entidade subjuga-o, imprime-lhe a vontade e passa a exercer nele um predomínio quase total.
Como podemos perceber o indivíduo que possui inteligência emocional-moral em equilíbrio esta distante destes estados acima descritos. Nesse particular nos lembramos da figura do médium Chico Xavier, que como verdadeiro homem de bem perseguiu os 12 passos do equilibrio abaixo. Afinal de contas uma inteligência emocional-moral equilibrada: 1. É generosa - Cumpre a lei de justiça e de amor, na sua maior pureza. Se ela interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesma perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. 2. Percebe a existência de uma Inteligência Suprema - Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens te mporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as enfrenta sem murmurar. 3. É justa - Possuída de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça. 4. É altruista - Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. 5. É sem preconceitos - É boa, humana e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. 6. É livre - Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não é falso com os que como ele não pensam. Tem como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de caus a r um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo. 7. Perdoa - Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. 8. É indulgente - É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: “Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado.” Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. 9. Possui autocritica - Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. 10. É incentivadora - Sabe que autovalorizar-se não é de sua atribu i� �ão, por isso procura não dar valor a si mesma, aos seus talentos, a expensas de outrem, mas aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso e de valor encontrado em outros. 11. É sem vaidade (humilde) - Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais. Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões. 12. Sabe obedecer e comandar - Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. Se subordinada, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente .
Finalmente, o ser em equilíbrio respeita todos os direitos, que as Leis da Natureza dão aos seus semelhantes, como quer que sejam respeitados os seus.
Admiro Chico porque demonstrou inteligência privilegiada ao adotar o Mestre como modelo, mas, principalmente, por ter aplicado à própria vida a “Pedagogia do Exemplo” de Jesus.
Referências Bibliográficas.
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Formiga, L.C.D. Vacinação Desafio de Urgência. Reformador, 99(1823): 61-64, 1981.
Kardec, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo (tradução). 57a ed. FEB, RJ, RJ.
Rizzini, C.T. Evolução para o Terceiro Milênio: tratado psíquico para o homem moderno. 1aed. EDICEL, SãoPaulo, SP, 1977.
Artigo do mes de setembro, 2000, da home-page do Lar Chico Xavier -http://www.larchicoxavier.com.br, publicado na Revista Internacional de Espiritismo
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